sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Sonho

O sonho
Essa semana eu tive um sonho que me fez pensar por alguns dias. Queria escrever isso antes, mas não sabia se valia a pena. Fato é que novamente me peguei pensando sobre a cena, e dessa vez me pus a escrever.

Sonhei que eu andava sozinho pela cidade. Estava escuro. Não havia carros, não havia pessoas, não havia luzes. Eu... na cidade deserta.
Eu andava, mas não sabia para onde estava indo. Não tinha rumo, tampouco precisava chegar a lugar algum. Apenas caminhava orientado pela luz da lua cheia.
No fim da rua deserta, a única lâmpada acesa no poste tornava o ambiente ainda mais sombrio. Pude perceber uma escada. Não conseguia enxergar onde aqueles degraus terminavam.
Mesmo assim, me sentei.
O reflexo da lua transformava a vitrine no outro lado da rua em espelho. Mas não conseguia enxergar meu rosto. Por mais que eu me aproximasse, não havia rosto.
Voltei a sentar nos degraus. De vez em quando dava uma olhada rápida no falso espelho, tentando enxergar meu rosto. Mas nada...
Vi se aproximar um vulto. Parecia ser um homem, não dava para enxergar direito. Uma capa escura encobria sua face. Pediu licença e vagarosamente sentou ao meu lado naqueles degraus.
Fui tomado por uma sensação de leveza. Um sentimento estranho de paz tomou conta de mim. Tentei esboçar um sorriso, mas não consegui. Um frio na espinha me fez fixar os olhos naquele senhor e quando ele tirou a capa da cabeça, pude perceber nele o meu próprio rosto.
Não conseguia entender como eu estava diante de mim mesmo, mas aquele homem não era eu.
Foi aí que ele pronunciou as únicas palavras: “nem sempre nós somos nós mesmos”.
Nessa hora acordei assustado! Peguei um cigarro, sentei na cama e abri a janela. Estava chovendo. E quem me conhece sabe bem o poder que a chuva exerce sobre mim. Quando chove fico triste. Estranho, ridículo. Mas é assim desde que eu me conheço por gente.
Nem sempre nós somos nós mesmos! Fiquei um bom tempo pensando naquele sonho estranho. Não sou supersticioso, nem místico. Também não sei decifrar sonhos. Mas posso pensar sobre eles.
Como já escrevi em outro texto, estou em uma fase de encontros comigo mesmo. Claro que era uma referência às reflexões que eu vinha fazendo. Nada de encontrar meu rosto em outras pessoas.
Mas aquela frase soava forte na minha cabeça: Nem sempre somos nós mesmos!

Caramba... quantas vezes eu deixei de ser eu mesmo? Qual desses tantos Mikes é o verdadeiro?
Calma, não estou passando por nenhum conflito existencial (acho que já passei dessa fase). Mas de fato fiquei pensando...
Como eu consigo ser doce e rude ao mesmo tempo? Chorar por dentro, mas demonstrar frieza... ser sincero em alguns momentos e hipócrita em outros. Quantas vezes eu agi por conveniência? Disse sim, querendo dizer não. Ou disse não, quando na verdade eu queria dizer sim?
Deixei de abraçar ou pedir um abraço para não demonstrar fraqueza. Deixei de dizer o que sinto para não perder o controle da situação...
Nem sempre eu fui o que realmente sou. Não demonstrei o que sou de verdade. Não sou tão ruim quanto alguns me consideram, nem tão bonzinho como outros pensam. Não sou o modelo de filho ideal, posso até ser a ovelha negra, mas também não sou nenhum monstro.
Mas fato é que essas ambigüidades não são exclusividade minha. Quem nunca tomou uma decisão contrariando a própria vontade? Ou quem não é doce e rude ao mesmo tempo?
O difícil em ser “humano” é justamente o fato de ser o menos instintivo dos animais (não disse que não somos instintivos, pelo contrário, apenas somos mais racionais que instintivos).
Pois bem... depois desse sonho, pretendo ser mais instintivo e menos racional, pelo menos enquanto ser social.
Mas pow... até meus sonhos têm que ser complexos? Não posso sonhar que estou caindo, ou coisas normais que todo mundo sonha?
Enfim... esse sonho complexo e reflexivo me alertou para a autenticidade. Pois sejamos autênticos, sejamos nós mesmos!!

8 comentários:

ezoxxx disse...

adorei os textos!!

Julí disse...

pow...
sonho irado esse! rsrsrs
eu sempre me sinto sozinho tbm. talvez isso seja pq vc ainda não encontrou o seu caminho...
talvez isso seja o começo de uma nova jornada...
não sei interpretar sonhos não, mas acho isso! hehe
bjão
adoro tu cara!

Mr. Thinker disse...

Nossa, isso foi interessante... Somos muito parecidos, principalmente quando vc relatou sobre ser mais racional que instintivo... Muitas vezes chorei por dentro mostrei pleno controle por fora, agi por conveniência, enfim, sabe o que mais me chamou a atenção? Foi o que vc disse sobre a influencia da chuva à seu humor. Achava que somente eu era assim, mas vejo que não. Geralmente os momentos de cvhuva tornam meus dias os piores...
Bom texto, parabéns, de alguma forma me tocou.
Abraços e curta bastante a semana

Henrique Arkanjo disse...

Mano, que medo UHASUAHUSUAUHSHUAUHSUHAUHSHUAUHSHUAU

Gostei do sonho e da frase.. mas relaxa! As respostas chegarão com o tempo! :)

O Público Alvo - LGBT disse...

Tá movimentado aqui hein,hehe
Blz MiKe?

Caramba meu, se eu ficar sem net durante 1 semana eu surto com certeza,rsrs

Ah, valeu pela presença mais uma vez e parabéns aí pelo texto.

Abraço e até mais.

Mike disse...

hehehehe
Pois eh...
esse texto rendeu!!!!
Mas acho q eh mais pela falta de paciência em ler os outros
kkkkkkk

vlw galera!!!

Unknown disse...

Meee..Caraca sem palavras..Num querendo puxar o saco, mas eu Comecei a ler e me interessei em ler todos, Gostei disso tipo uma texto com escritas simpleS , sem difuculdade pra entender, e o melhor Um texto Otimo..!! Menha Nossa PARABÉNS AMIGO !HOHO Sou seu Fã ..Ain 10 mesmo!

Unknown disse...

Filhote!
Quantas vezes nos sentimos sós mesmo com um grande número de pessoas ao nosso redor. Muitas vezes essas pessoas nada significam para nós.
Lendo o teu texto, senti saudades de nossas caminhadas e bate papos em nossas caminhadas ao meio dia.
Tu és d+.
Te adoro.