quinta-feira, 21 de maio de 2009

Poluição interior

Recentemente vem ganhando força o discurso sobre o Aquecimento Global, a preoupação com a poluição das cidades, o desmatamento da Amazônia e das florestas em geral, as recentes mudanças climáticas no Brasil, como as enchentes no norte e nordeste e a seca no sul... Enfim, a preocupação ambiental toma conta tanto das conversas informais, como das notícias veiculadas nos meios de comunicação e ainda de estudos e pesquisas de institutos e profissionais de áreas específicas.
De fato, podemos concluir (e isso não é difícil de se fazer) que a cula pelo caos que se instalou no mundo é do próprio ser humano, fundamentalmente da poluição por ele causada.
Aí nos cabe uma analogia simples. Qual a primeira ideia que você tem sobre a palavra poluição? O que você imagina quando ouve ou lê essa palavra?
Poluição sempre está relacionada com sujeira, deterioração, ou, em uma definição mais elaborada, pela introdução pelo homem, direta ou indiretamente de substâncias ou energia no ambiente, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim danos na saúde humana, nos seres vivos e no ecossistema aí presente.

No entanto, a deterioração mais significativa que vivemos atualmente não se deve à poluição do meio ambiente, mas sim à poluição interior.
De fato, muito mais nociva é a poluição que vem de dentro do próprio ser humano: inveja, ódio, egoísmo, raiva, maus pensamentos, discriminação, preconceito, abandono, solidão... enfim, esta é a sujeira da alma e do coração, que acaba provocando todo o tipo de violência, discórdia, guerra, morte.. causando danos graves à saúde da sociedade e da própria espécie humana.
O ser humano é o único animal, dentre todas as espécies, que mata outro dos seus apenas por sentimentos ruins, que não seja instinto ou fome. A única espécie racional e irracional ao mesmo tempo.

Não adianta... a raça humana é contraditória por definição.
A violência aumenta... a solidão se torna cada vez mais evidente na mesma proporção em que armas químicas, biológicas e nucleares são produzidas.
É possível supor (sem ser chamado de lunático ou paranóico) que muitas das doenças mais graves da atualidade tenham sido produzidas em laboratórios - pelos próprios seres humanos.
O avanço tecnológico e científico de um lado e a deterioração da afetividade, do coração e da alma, por outro, demonstram essa contradição entre a racionalidade e a irracionalidade humana.

Até onde o ser humano é capaz de ir para dizimar a si próprio?
Confesso que hoje fiquei espantado com a quantidade de notícias ruins na capa de um dos maiores sites de informação do País:
Violência...
famílias desestruturadas...
drogas...
mortes...
corrupção...
abandono de crianças...
marginalidade...
aumento da miséria...
solidão...
guerras...
e todas as consequências daí decorrentes.
Após essa constatação surge a pergunta: existe solução?
Para a poluição ambiental eu confesso que não sei se existe alguma luz no fim do túnel.
Já a poluição interior seria mais fácil resolver: um pouco mais de ternura, perdão, tolerância.
Mas isso parece ainda mais utópico do que a anterior...
Enfim... o ser humano esqueceu o rumo da felicidade e caminha, só e consciente, para a lata de lixo!!!

3 comentários:

Francisco Perna Filho disse...

Pois é, meu caro Maiquel, a dureza da alma é o maior mal dos ditos "humanos". Varrer toda essa maldade, esse desamor das nossas almas, é o que devemos fazer. Limpar a nossa mente desse lixo que nos segrega, que nos atormenta.

Uma bela reflexão.
Parabéns pelo blog.
Abraço amigo,
Chico Perna

Anônimo disse...

Sabe amigo,
Muito discutimos nossa poluição interior, mas vejo poucos agirem de forma a limparem seu interior. Acredito que devemos começar a mudar nossos atos e então partir para o interior, começando pelo que é mais fácil a jornada não parece tão impossível, mas quantos estão dispostos.
Adorei o texto. bjos

Cínico disse...

simplesmente adorei. o tema abordado, a maneira como é trabalhado, etc!