Caminhava eu pela cidade, errante, sem pressa, sem destino, sem querer chegar a lugar algum, apenas caminhava pelas ruas da cidade que me viu nascer – um andar nostálgico.
Ao passar pela praça, fui abordado por um grupo de ciganas.
– Era só o que me faltava – pensei.
Desviei do grupo maior e segui tranquilamente, com a esperança de não ser notado. Ledo engano... Quando me dou conta, uma delas, jovem e muito bonita, me chama:
– Moço, me dá um cigarro?
Levei a mão ao bolso e notei que havia apenas dois na carteira:
– Tome, fique com os dois, tenho outra carteira em casa – foi a minha resposta, tentado fugir da situação.
– Você é muito simpático – disse a jovem – posso ler sua mão?
Respondi que não tinha dinheiro, e que ela estaria perdendo tempo por eu não acreditar nessas coisas. (Na verdade nem sei se acredito ou não, mas nunca me importei com previsões futuristas, saber o que vai acontecer mais tarde ou não saber não muda nada. Sou desligado dessas coisas, a hora que as coisas acontecerem eu dou um jeito, mas qual a importância em saber se vou morrer com 40 ou 80 anos? Pra mim não tem utilidade nenhuma, pelo contrário, acho que isso atrapalharia – e muito!).
Mesmo assim ela insistiu:
– Só quero retribuir a gentileza, me permite? E tomou minha mão antes que eu respondesse qualquer coisa.
Pensei rápido: “Não estou com pressa e não pretendo ir a lugar algum, não custa dar um pouco de atenção”.
– Você tem mãos suaves, sua vida parece muito agradável – disse ela.
Respondi que não era uma boa dedução avaliar isso apenas pelas mãos suaves ou calejadas. Ela sorriu.
A cada nova “informação” me mantinha cético. Quando a jovem cigana falou que a minha linha da vida era longa, suspirei, dei um sorriso e emendei:
– Se você conhecesse meus vícios e minha rotina não diria isso.
– Não estou fazendo previsões, apenas observando – foi a resposta que me quebrou!
Ao final da breve “consulta”, saí com a impressão de que tinha apenas ouvido o óbvio:
“Cuidado com pessoas falsas em sua vida, com pessoas interesseiras, com um problema sério de saúde, e devo dar mais atenção às coisas do coração”
Só consegui ser irônico:
- E eu pensando que o que deveria cuidar era o pulmão... (gostei do sorriso dela).
Por fim, soltou a minha mão delicadamente, olhou em meus olhos com um olhar penetrante e disse sorrindo:
– Viu, não doeu nada!
Agradeci aos conselhos sorrindo e respondi:
– Pois é, não perdi nada, mas você deixou de ganhar alguns trocados.
Para quebrar ainda mais com minha cara, ela me diz:
– O sorriso e a atenção de uma pessoa valem mais do que qualquer moeda. Isso é o melhor que você tem a oferecer, apenas distribua seu sorriso a outras pessoas.
Sentados no banco da praça, conversamos mais alguns minutos e pude perceber o olhar aparentemente de reprovação das outras mulheres. Ela deve ter percebido também:
– Elas olham, pois estão acostumadas com a frieza e falta de educação das pessoas. Isso não é comum. Você, além de muito inteligente é muito gentil.
Ao passar pela praça, fui abordado por um grupo de ciganas.
– Era só o que me faltava – pensei.
Desviei do grupo maior e segui tranquilamente, com a esperança de não ser notado. Ledo engano... Quando me dou conta, uma delas, jovem e muito bonita, me chama:
– Moço, me dá um cigarro?
Levei a mão ao bolso e notei que havia apenas dois na carteira:
– Tome, fique com os dois, tenho outra carteira em casa – foi a minha resposta, tentado fugir da situação.
– Você é muito simpático – disse a jovem – posso ler sua mão?
Respondi que não tinha dinheiro, e que ela estaria perdendo tempo por eu não acreditar nessas coisas. (Na verdade nem sei se acredito ou não, mas nunca me importei com previsões futuristas, saber o que vai acontecer mais tarde ou não saber não muda nada. Sou desligado dessas coisas, a hora que as coisas acontecerem eu dou um jeito, mas qual a importância em saber se vou morrer com 40 ou 80 anos? Pra mim não tem utilidade nenhuma, pelo contrário, acho que isso atrapalharia – e muito!).
Mesmo assim ela insistiu:
– Só quero retribuir a gentileza, me permite? E tomou minha mão antes que eu respondesse qualquer coisa.
Pensei rápido: “Não estou com pressa e não pretendo ir a lugar algum, não custa dar um pouco de atenção”.
– Você tem mãos suaves, sua vida parece muito agradável – disse ela.
Respondi que não era uma boa dedução avaliar isso apenas pelas mãos suaves ou calejadas. Ela sorriu.
A cada nova “informação” me mantinha cético. Quando a jovem cigana falou que a minha linha da vida era longa, suspirei, dei um sorriso e emendei:
– Se você conhecesse meus vícios e minha rotina não diria isso.
– Não estou fazendo previsões, apenas observando – foi a resposta que me quebrou!
Ao final da breve “consulta”, saí com a impressão de que tinha apenas ouvido o óbvio:
“Cuidado com pessoas falsas em sua vida, com pessoas interesseiras, com um problema sério de saúde, e devo dar mais atenção às coisas do coração”
Só consegui ser irônico:
- E eu pensando que o que deveria cuidar era o pulmão... (gostei do sorriso dela).
Por fim, soltou a minha mão delicadamente, olhou em meus olhos com um olhar penetrante e disse sorrindo:
– Viu, não doeu nada!
Agradeci aos conselhos sorrindo e respondi:
– Pois é, não perdi nada, mas você deixou de ganhar alguns trocados.
Para quebrar ainda mais com minha cara, ela me diz:
– O sorriso e a atenção de uma pessoa valem mais do que qualquer moeda. Isso é o melhor que você tem a oferecer, apenas distribua seu sorriso a outras pessoas.
Sentados no banco da praça, conversamos mais alguns minutos e pude perceber o olhar aparentemente de reprovação das outras mulheres. Ela deve ter percebido também:
– Elas olham, pois estão acostumadas com a frieza e falta de educação das pessoas. Isso não é comum. Você, além de muito inteligente é muito gentil.
Devo ter ficado vermelho!
Não entendi bem como, mas me sentia tão à vontade com aquela estranha que parecia me conhecer melhor do que eu mesmo.
Quando me despedi dela, recebi um abraço que me deixou surpreso e só consegui pensar naquelas palavras: “O sorriso e a atenção de uma pessoa valem mais do que qualquer moeda. Isso é o melhor que você tem a oferecer, apenas distribua seu sorriso a outras pessoas”.
Depois de alguns passos, olhei para trás e a jovem abanou sorrindo, me acompanhava com o olhar enquanto a mais velha (talvez líder do grupo, nem sei se tem isso), falava com ela. Abanei também, retribuindo o sorriso e segui.
Minhas experiências anteriores com ciganas não foram lá bem sucedidas e sempre tentei evitar esses grupos, mas essa foi tão diferente... Aliás, essa de fato era uma cigana diferente, uma mulher-moça diferente... Confesso que fazia tempo que alguém tão misterioso despertava tamanho interesse (como explicar??).
Fiquei pensando em quantas vezes na minha correria deixei de sorrir ou de dar a atenção devida a pessoas próximas a mim. Devo ter ficado vermelho ao lembrar que numa noite dessas fui dormir sem jantar, por causa de uma discussão idiota.
A vida é tão breve e eu tenho sido tão fútil...
Quando voltei pela praça o grupo não estava mais lá... Estranhei minha reação, mas fiquei desapontado. Queria ver aquela moça mais uma vez, já tinha me arrependido de não ter sido um pouco mais atrevido. Mas as palavras daquela moça jovem, bonita, simpática e inteligente não saiam da minha cabeça.
Penso que era esse o puxão de orelha que me faltava. E ouvir de alguém estranho e tão atraente parece ter mais efeito.
Sorrisos e atenção... É... Isso não é tão difícil... Por que não treinar mais?
Não entendi bem como, mas me sentia tão à vontade com aquela estranha que parecia me conhecer melhor do que eu mesmo.
Quando me despedi dela, recebi um abraço que me deixou surpreso e só consegui pensar naquelas palavras: “O sorriso e a atenção de uma pessoa valem mais do que qualquer moeda. Isso é o melhor que você tem a oferecer, apenas distribua seu sorriso a outras pessoas”.
Depois de alguns passos, olhei para trás e a jovem abanou sorrindo, me acompanhava com o olhar enquanto a mais velha (talvez líder do grupo, nem sei se tem isso), falava com ela. Abanei também, retribuindo o sorriso e segui.
Minhas experiências anteriores com ciganas não foram lá bem sucedidas e sempre tentei evitar esses grupos, mas essa foi tão diferente... Aliás, essa de fato era uma cigana diferente, uma mulher-moça diferente... Confesso que fazia tempo que alguém tão misterioso despertava tamanho interesse (como explicar??).
Fiquei pensando em quantas vezes na minha correria deixei de sorrir ou de dar a atenção devida a pessoas próximas a mim. Devo ter ficado vermelho ao lembrar que numa noite dessas fui dormir sem jantar, por causa de uma discussão idiota.
A vida é tão breve e eu tenho sido tão fútil...
Quando voltei pela praça o grupo não estava mais lá... Estranhei minha reação, mas fiquei desapontado. Queria ver aquela moça mais uma vez, já tinha me arrependido de não ter sido um pouco mais atrevido. Mas as palavras daquela moça jovem, bonita, simpática e inteligente não saiam da minha cabeça.
Penso que era esse o puxão de orelha que me faltava. E ouvir de alguém estranho e tão atraente parece ter mais efeito.
Sorrisos e atenção... É... Isso não é tão difícil... Por que não treinar mais?
6 comentários:
É um conto, uma história ou verídico?
Podia virar uma destes e-mails encaminhados...
Muito bonita esse post.
hehehe....
Essa eh real minha linda!!!
Aconteceu na terrinha gelada!!!
ashuashuashua
Vlw mesmo minha flor!!!
:)
O MEU ANJO QUE HISTORIA MAGNIFICA!! QUANDO A GENTE PENSA QUE PODEMOS MUDAR O MUNDO ALI SE COMPROVOU, SE CADA UM DE O POUCO DE SI PARA O BEM DO OUTRO COM CERTEZA ESTARIAMOS MUITO MELHOR!!!!
OBRIGADA POR VC EXISTIR!!!
Poxa Jansii!!!
Fiquei mto feliz com teu comentário...
Muita saudade de vc
Obrigado por vc existir.. e aparecer praticamente 1 mês depois q eu só p colorir minha vida
hehehehe
Bjãoooooo
TE ADORO muitão
Queria ser essa cigana mas axo q vc nunca se apaixonaria por mim
Mike, esse texto me deixou mechido por dentro....me fez lembrar de momentos em que podemos sorrir e acompanhar aquela pessoa que tanto gostamos...e muitas vezes..até lembrar de alguém que já se foi. A alguns meses, minha avó faleceu. Mas ela antes disto, ficou alguns longos anos deitada em uma cama, sem entender muita coisa, sem falar, sem me mover, mas o sorriso ela sempre dava...e as vezes sinto que deveria ter sentado mais vezes ao seu lado e ter segurado sua mão por alguns instantes mais. Em resumo...não posso mais fazer. Más tudo bem, já foi...temos que olhar o horizonte e caminhar sorrindo! Mil beijos loiro.
Do fundo do meu coração. Daquele Japa, que tanto te adora.
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