Hoje, depois de mais um banho demorado, me taxaram de irresponsável por não me preocupar com o futuro do Planeta, a falta de água, mais precisamente.
Tudo começou quando a mesma pessoa me ligou três vezes e nas três vezes eu ainda estava tomando banho [algo em torno duns 20 minutos]. Nesses casos, eu sempre respondi com a ironia de não querer ter filhos e que por isso não teria que me preocupar. Óbvio que essa resposta sempre foi uma brincadeira [é bom deixar isso claro]. Mas, hoje conseguiram me pegar de péssimo humor.
Cansei do discurso sobre o futuro do Planeta. Sempre ouvi expressões do tipo: "que futuro deixaremos às gerações futuras?". Certamente, temos a responsabilidade de deixar um espaço no mínimo habitável para nossos filhos [gerações futuras para os que não terão filhos, apenas para eu me incluir no discurso].
No entanto, a pergunta mais importante a ser feita é: "Que gerações futuras deixaremos ao Planeta?".
Fala-se tanto da necessidade deixar um Planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o Planeta, através dos nossos exemplos...
Tudo começou quando a mesma pessoa me ligou três vezes e nas três vezes eu ainda estava tomando banho [algo em torno duns 20 minutos]. Nesses casos, eu sempre respondi com a ironia de não querer ter filhos e que por isso não teria que me preocupar. Óbvio que essa resposta sempre foi uma brincadeira [é bom deixar isso claro]. Mas, hoje conseguiram me pegar de péssimo humor.
Cansei do discurso sobre o futuro do Planeta. Sempre ouvi expressões do tipo: "que futuro deixaremos às gerações futuras?". Certamente, temos a responsabilidade de deixar um espaço no mínimo habitável para nossos filhos [gerações futuras para os que não terão filhos, apenas para eu me incluir no discurso].
No entanto, a pergunta mais importante a ser feita é: "Que gerações futuras deixaremos ao Planeta?".
Fala-se tanto da necessidade deixar um Planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o Planeta, através dos nossos exemplos...
Educação, honestidade, dignidade, ética e responsabilidade... entre tantos outros conceitos, são valores que cotidianamente esquecemos de transmitir. Parafraseando um e-mail que recebi recentemente, analise o seguinte:
da falsificação de todos os produtos possíveis e existentes [de comida, roupas, calçados, cds, aparelhos eletrônicos, chips... etc. etc. etc.] entre tantos outros exemplos.
Não pretendo ser moralista, até porque me enquadro em boa parte desses exemplos [ou faço, ou já fiz]. A questão que proponho é que determinados discursos sejam revistos. Ao invés de nos preocuparmos sobre que Planeta deixaremos aos nossos filhos, cabe nos preocuparmos sobre que filhos deixaremos ao Planeta. Uma vez melhorados nossos comportamentos e atitudes, o Planeta como um todo será melhorado também.
Concordo que seja importante economizar água durante um banho, mas se criança aprende por assimilação, os exemplos que são postos tornam inúteis quaisquer tentativas de um planeta sustentável. De que adianta um ambiente adequado se as pessoas não são adequadas ao ambiente?
- O que aconteceria se um caminhão carregado de coca-cola sofresse um acidente em uma rodovia qualquer pelo Brasil? A carga seria saqueada por quem passasse pelo local.
- Quem é o brasileiro que nunca [uma vez que seja] dirigiu falando no celular, segurando entre o ombro e a orelha se precisar trocar de marcha?
- Período eleitoral: por quê existe compra de voto? Simples, porque existe venda de voto. Se ninguém vendesse seu voto, não haveria candidato comprando voto pelo Brasil.
- A calçada é o local de circulação dos pedestres, certo? Errado, para muitos é local de estacionamento de automoveis, espaço para mesas, cadeiras e até mesmo churrasqueiras de bares e restaurantes, entre tantos outros abusos.
- O trânsito brasileiro é uma tragédia. O que se vê num congestionamento? Carros trafegando pela direita. E quando alguém é multado, a reação instantânea é uma tentativa de suborno. Sobre as vagas para deficientes nos estacionamentos eu nem comento muito...
- Experimente observar como os carros param em frente às escolas nos horários de entrada e saída dos filhos [que observam e absorvem esses exemplos]: os pais, conscientes, param em filas duplas ou até mesmo triplas, afinal, é rapidinho! Ainda ouvindo os gritos de: "desce, desce", a criança sai correndo entre os automoveis.
- Quem respeita lei do silêncio?
- Quem nunca tentou furar uma fila no banco, supermercado, casa lotérica... ou ainda se dirigiu ao balcão de "atendimento prioritário" [gestantes, idosos ou deficientes], é rapidinho também.
- Direção e bebida alcoólica precisa comentar?
- Atestado médico mesmo não estando doente para justificar faltas no trabalho, na faculdade, enfim...
- E os famosos "gatos" em redes de luz, água, tv a cabo e até mesmo internet?
- Tem gente que viaja a serviço da empresa e superfatura recibos de restaurantes, hoteis. Sempre pede nota fiscal ou de preferência um recibo frio com valor acima do consumido de fato. [Muito comum isso]
- Quem nunca comprou um produto pirata sabendo que era mesmo pirata?
- E quem nunca levou um envelope, folhas de ofício, clipes ou até mesmo uma caneta do trabalho como se isso não fosse roubo?
- Quem recebe vale-transporte ou vale-alimentação sabe como é comum a comercialização desses vales.
- E o famoso "xixizinho" em piscinas públicas, quem se inocenta disso?

Não pretendo ser moralista, até porque me enquadro em boa parte desses exemplos [ou faço, ou já fiz]. A questão que proponho é que determinados discursos sejam revistos. Ao invés de nos preocuparmos sobre que Planeta deixaremos aos nossos filhos, cabe nos preocuparmos sobre que filhos deixaremos ao Planeta. Uma vez melhorados nossos comportamentos e atitudes, o Planeta como um todo será melhorado também.
Concordo que seja importante economizar água durante um banho, mas se criança aprende por assimilação, os exemplos que são postos tornam inúteis quaisquer tentativas de um planeta sustentável. De que adianta um ambiente adequado se as pessoas não são adequadas ao ambiente?
Um comentário:
Concordo em genero, numero e grau. Muitos discursos vazios existem por ai, falar e não fazer não adianta em nada.
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