Já faz um tempo que eu quis registrar algumas das minhas peripécias nesse mundinho maluco.
Duas pessoas marcaram de forma significativa e parecida a minha infância: minha avó "torta" - pois não era avó de sangue - a Dona Mercedes - e a minha bisavó materna: a Nona Nicodem ou apeas Nic Nona...
Sinto saudades da Dona Mercedes... mesmo não sendo avó de sangue, eu a chamava de vovó e ela retribuia com todo o carinho de vó. Aliás, foi ela quem me ensinou a ler e escrever, ainda aos quatro aninhos. Lembro do carinho com que ela me pegava no colo e me fazia ler as manchetes dos jornais para os clientes e vendedores em sua loja.
Com ela passei bons momentos da minha infância. Aliás, passava mais tempo na loja dela do que
em casa, decididamente, era bom estar lá. Assim, com ela aprendi a ler, escrever e fazer as primeiras contas matemáticas.
Com a chegada da minha irmã, já não podia contar com a exclusividade do colo da minha mãe, por isso apelava ao colo da Dona Mercedes (carência???). Ela só me tirava do colo quando pegava a cuia de chimarrão, com uma bala de hortelã na boca.
Com ela passei bons momentos da minha infância. Aliás, passava mais tempo na loja dela do que

Com a chegada da minha irmã, já não podia contar com a exclusividade do colo da minha mãe, por isso apelava ao colo da Dona Mercedes (carência???). Ela só me tirava do colo quando pegava a cuia de chimarrão, com uma bala de hortelã na boca.
Quem conheceu a Dona Mercedes, sem dúvida, lembra do barulhinho que ela fazia quando chupava uma bala de hortelã... Cabe ressaltar que nesses momentos que passávamos juntos, os únicos barulhos que se ouvia era o da balinha de hortelã e as páginas dos jornais que eu folheavaem minhas "leituras".
Penso que essa senhora tenha sido a figura mais marcante da minha infância. Tínhamos um segredo: todos os dias das crianças eu podia escolher um brinquedo da loja (claro que não muito caro), desde que eu não contasse para mais ninguém. Ainda, quando estávamos sozinhos na loja eu podia comer chocolates, quando tinha mais alguém, era apenas uma balinha.
Penso que essa senhora tenha sido a figura mais marcante da minha infância. Tínhamos um segredo: todos os dias das crianças eu podia escolher um brinquedo da loja (claro que não muito caro), desde que eu não contasse para mais ninguém. Ainda, quando estávamos sozinhos na loja eu podia comer chocolates, quando tinha mais alguém, era apenas uma balinha.
Também sinto saudades da minha bisavó materna, a Nic Nona. Meu relacionamento com ela era parecido com o da Dona Mercedes. Quando íamos visitá-la, ela me levava ao quarto onde tinha escondido um pacote de balas e me dava algumas. Esse também era nosso segredo.
Minha relação com as "avós" sempre teve um quê de doce.
Em uma dessas situações passei por um momento bizarro: entrei escondido com ela no quarto e na gula de criança, coloquei duas balas na boca. Acabei engasgando com uma das famosas balas Soft (que, aliás, nem existem mais, mas eram umas balinhas redondas e lisas - uma dessas desceu direto e quase sufoquei).
Ora, é normal uma criança gostar de bala ... por isso a bisa disse que tinha encontrado apenas uma bala em casa e me deu. Assim, nosso segredo não tinha sido revelado, até agora.
Nessa "nova fase" de adultinho que esqueceu de crescer, ou talvez em função dos quinze dias de atestado médico, sinto falta desse carinho de avó, que só pode ser superado pelo carinho da mamãe.
E isso não é carência... é saudade de um tempo que não volta; sem responsabilidades, sem horários a cumprir, sem correria, sem preocupações, sem cobranças e sem estress ... enfim... ôoo tempinho doce essa tal "infância"!!!!!
3 comentários:
Me fez lembrar da minha avó e das coisinhas que ela me falava, do tempo que passavamos juntas. Como ela me criou tivemos muitos bom momentos, alguns bem simples, mas muito bons, vários se perderam na memória, Vó é bom demais..
Obrigada pelas suas recordações, pois elas me fizeram voltar ao tempo em que eu tinha minha avó, e por uma fração de segundos é como se estivessemos juntas de novo.
Oi...
Eta esse tanto de doce em...tanto doce de pessoa que essas mulheres com certeza era...e os que vc comeu em...
Alem delas um doce...fizeram de vc tbm um doce de pessoa...vc é super gente boa...adoro sempre...saudades...
Nunca tive isso não...sempre era dividido tudo os doce com meus pirmos que nem são poucos...e odiava ler...ainda nem leio muito...kkk...
bjus
Ai que "doce" história, amei. Me fez lembrar da mh avó materna vó Valdemira, que tinha sabe o quê de diferente? Umas veias bem altas, grossas. Eu adorava dormir segurando sua mão para ficar acariciando naquelas veias, era dão gostoso, eu dormia rapidinho.
Mas é bom ter vó, né. Parabéns pela abençoada memória, elas merecem, com todo louvor.
Postar um comentário