Cadeiras não são apenas cadeiras...
Dizer que cadeiras são apenas cadeiras parece meio óbvio. Mas não se torna tão óbvio se analisarmos que existem cadeiras e cadeiras.
As primeiras, escritas em negrito, são confortáveis, espaçosas, estofadas ou de material mais confortável, com apoio maior para cadernos e notebooks.
As segundas, escritas em letra normal e o mais simples possível (só não se exclui alguma letra da palavra por obediência ortográfica, não fosse isso, certamente seriam apenas “eiras”), são de madeira, em geral quebradas, desconfortáveis e com encosto reduzido apenas para um bloco de notas.
Assim como o trono de um rei ou uma rainha, as cadeiras (essas em negrito) denotam imponência, majestade, importância ou relevância. Já as cadeiras (essas mais simples), por sua vez, são encontradas no Bloco A.
Em se tratando de UFT, a importância de alguns cursos fica evidente na disponibilização de recursos e patrimônio. Isso não é apenas discurso, basta observarmos que alguns cursos dispõem de laboratórios, salas e cadeiras confortáveis. Em outros cursos, as poucas salas disponibilizadas foram gentilmente cedidas aos cursos das cadeiras, restando aos seus acadêmicos apenas as “eiras”.
Comunicação Social e Pedagogia são cursos antigos dentro da UFT e parece que para algumas autoridades, os “doutos da universidade”, cursos antigos merecem patrimônio antigo também.
Se for possível entender o pensamento da nossa administração, deve seguir a seguinte lógica:
1. Pedagogia não utiliza laboratórios, não faz experimentações científicas... os acadêmicos desse curso serão “apenas” pedagogos. Pra que investir, não é mesmo? Ora, os acadêmicos de Pedagogia que remontem aos gregos: o bom e econômico método peripatético do grande Aristóteles. Não bem “♫ caminhando e cantando ♫”, mas caminhando e aprendendo. Pra que cadeiras, nénão?
2. Já Comunicação Social até precisa de laboratórios e algumas salas específicas. Mas podemos antecipar silenciosamente a data de uma reunião importante sem eles saberem, disponibilizar a sala deles no Bloco 1 para um curso que já tenha cadeiras. Eles até vão reclamar, mas eles podem ter aula nos Blocos E e F, com cadeiras e logo silenciam.
Diante desse descaso, alunos de Pedagogia e Comunicação Social substituíram 183 velhas cadeiras pelas cadeiras que estavam empilhadas nos Blocos 1 e 2. Infelizmente, os vigilantes trancaram esses blocos, não permitindo que todas as salas do Bloco A recebessem novas cadeiras.
Aguardamos, assim, a boa vontade da Direção e Administração desse campus para que as cadeiras que estão empilhadas pegando poeira sejam disponibilizadas ao Bloco A. Se o problema é mão de obra ou força física, os alunos desses dois cursos já mostraram que não é tão difícil.
Cadeiras não são apenas cadeiras. Existe uma diferença abissal entre cadeiras e cadeiras, que denota respeito e valorização.
(Mike)
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