terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Medo


É Cazuza... mais uma vez te dou razão. Já te defendi anteriormente e agora volto a te dar razão.
Concordo com você, afinal eu também tenho medo de ser feliz. Tenho medo de amar e quebrar a cara mais uma vez... medo de ser bonzinho e acabar bancando o trouxa. Infelizmente, você está certo ao dizer que tudo o que faz bem pra gente, a gente tem medo.
O problema não é o medo em si, mas o que esse sentimento causa em nós.
O medo bloqueia nossos sonhos. Impede nossas lutas e anula nossas conquistas.
Por medo de nos machucar, acabamos machucando outras pessoas [e eu sou um dos melhores do mundo em fazer isso].
A felicidade assusta, pois felicidade só existe de verdade quando é compartilhada. Por isso o medo de compartilhar: medo de parecer bobo ou ridículo... medo de que essa felicidade seja apenas mais uma ilusão.
Por mais irônico que possa parecer, a felicidade é o bem mais buscado. No entanto, ao mesmo tempo que todos querem ser felizes, todos bloqueiam esse sentimento pelo medo idiota de ser ou parecer idiota.
Tenho muito mais medo da vida do que da morte - morrer é muito mais fácil que viver, isso é fato!
Sobre o medo de amar, talvez eu não seja a pessoa mais indicada para falar sobre isso. É um medo filho da puta que só me faz lembrar a frase do grande Supertramp "na natureza selvagem": Algumas pessoas sentem que não merecem amor. Eles se afastam silenciosamente em espaços vazios, tentando fechar as lacunas do passado. Certamente sou um desses!
É estranho, mas a gente se acostuma em uma certa "zona de conforto" e tudo o que foge dela - seja para melhor ou pior, para bom ou ruim - assusta.
Eu gostaria que existisse uma receita para quebrar essas barreiras. Talvez a resposta mais óbvia seja "coragem". No entanto, entendo coragem como um processo e não uma coisa que se resolve a um passe de mágica: a partir de agora terei coragem! Pelo menos comigo não funciona assim...
Mas é aquele lance, quando a vida passa a ser dirigida apenas pela razão, se anulam todas as possibilidades e, quiçá, a própria vida.
Viver é correr riscos... é quebrar a cara... é errar e aprender com os próprios erros... talvez por isso o medo.  Todas essas possibilidades assustam... 

Bem que poderia existir um manual de instruções
L

3 comentários:

3º ano A disse...

Li e reli muitas vezes , e sempre concordando com o post , medo -- esse pressentimento já fez eu perder várias coisas , principalmente momentos que seriam de plena felicidade...esse teu post com certeza vai ajudar a quem lê a ter "coragem" !
Abraços =]

Anônimo disse...

Amargo MESMO é quando aparece alguém na sua vida e você sente que nela você pode abrir o coração, não porquê você quer, necessariamente, ficar/namorar/casar com ele(a), mas porque você se identifica com essa, até então, amizade. Então uma voz dentro de você te diz: "ei, olha como essa pessoa é bacana, sempre te dando bom dia/tarde/noite, pergunta sempre como você está... Valorize essa pessoa, tenta se aproximar, tente ser amigo, agrade o quanto você puder, faça-o(a) sentir que você gosta dele(a) de verdade sem se preocupar em parecer cafona!" Daí você fica naquele "vou ou não vou" e, quando você começa a demonstrar carinho e abre o peito, ele(a) já estava pisando no seu pescoço de maneira subliminar, apertando cada vez mais aquele nó na sua garganta, sem se importar que aquele pescoço era de alguém que só tentava agradá-lo(a), sem nem ter percebido que você estava de peito aberto e com o coração exposto caindo num canto qualquer, simplesmente porque ele(a) "tem medo de amar/gostar" de alguém. Faz sem se importar que, o que quer que tenha acontecido que causou esse trauma a ele(a), NÃO tenha sido sua culpa. Claro, você vai me aconselhar "se afaste dele(a), esqueça-o(a)". Mas não sou como ele. O que quer que tenha acontecido pra deixá-lo seco, com medo, ainda assim é uma pessoa com sentimentos: ri e chora, sente-se bem e, às vezes, indisposto, só não quer demonstrar pra não correr o risco de ser taxado como trouxa. Hoje eu sarei mas ainda olho pra essa pessoa e penso que a gente poderia ter sido grandes amigos... e durmo. Ao menos EU deito minha cabeça no travesseiro e consigo deixar o sono me levar sabendo que não fiz nada de mau contra ninguém. Eu tentei. Tentei mesmo e muito, tendo consciência, hoje olhando pra trás, que fiz, por vezes, papel de bobo. Ou seja, eu sou ele(a) só que sem ter a coragem de pisar nos sentimentos de outra pessoa, até porque essa pessoa sendo pisada sou eu mesmo... Ponto de vista de maluco, mas é um ponto de vista que me leva a uma conclusão: nem mesmo eu, depois de ser pisado, posso julgá-lo. Agora, quem tem a resposta pra essa pergunta ou quem pode respondê-la: o MEDO vale a pena? Vale "ter medo" de alguém que só estava tentando ser teu amigo? É bom ser deixado no vácuo no instante que você está tentando agradar?
"Quando eu acordei era fim de tarde, meu lado claro escureceu..."
"You don't form in the wet sand, you don't form at all... You don't form in the wet sand, I do!!!"

@meu.anjinho

Mike disse...

É... fiquei sem palavras!!!
Sei que isso foi pra mim, e por isso mesmo to sem saber responder!!!
:(
Só sei que nunca quis (conscientemente) pisar ou magoar alguém e sempre deixei isso claro em todas as circunstâncias