Crepúsculo

Não importa quanto os dias sejam perfeitos, eles sempre têm que acabar.

Os dias sempre acabam.
Não passam de 24 horas. Mas você já reparou como existem dias que passam numa velocidade que sequer percebemos e outros que parecem uma eternidade?
Essa é a tal “Lei da Relatividade”. Quanto maior o número de minutos agradáveis, mais rápido o dia parece passar. Quanto mais chatos e monótonos forem esses mesmos minutos, mais cansativo, pesado e demorado o dia passa.
Eu poderia comparar a minha vida a um dia, jamais conseguiria explicá-la ou resumi-la a um dia, mas a comparação é possível.
Na manhã da minha infância, as horas passaram voando. Aprendi a ler e escrever quando tinha 4 anos. Hoje eu penso que isso acelerou meu amadurecimento (só não entendo como isso é possível se nunca amadureci?). Enfim, voltando à minha infância, lembro de algumas festinhas de aniversário (a de 5 anos em especial, parece que foi ontem), os presentes, as peraltices (aquela vez que eu e uma amiga fugimos das nossas mães, como eu poderia esquecer?
- Mãe... eu já sou um adultinho!! (eu sei que alguém lembra disso!!!!!)
E a lista segue na minha cabeça... tenho que confessar que acabei rindo sozinho aqui). Ahhh... a infância!! Essa fase foi tão boa, que quando menos percebi já estava no meio-dia da adolescência.
Essa sim foi uma fase turbulenta... tanta coisa pela minha cabeça... tanta coisa acontecendo. Sexualidade... responsabilidade... mudanças... Nas noites de sábado você me encontraria em qualquer lugar, menos em casa! E foi nessa época que comecei a fumar também. Sim, com a adolescência surgem os melhores e os piores vícios.
Foi nessa fase que perdi meu único ídolo: Senna! eu tinha 12 anos e até então não perdia uma corrida de Fórmula 1 (hoje ainda assisto, mas nunca mais consegui torcer para um piloto brasileiro... também, depois do Senna só veio maloqueiro)
Assim, a adolescência foi passando... e quando percebi já estava fora de casa, já tinha largado pai, mãe e uma irmã. (Convenhamos, ter irmã nessa fase do “dia” não é a melhor coisa do mundo!!!). Pois não é que não demorou muito e minha irmã também saiu de casa – foi morar onde eu estava (óbvio!)
Me senti pai e mãe dela. Foi complicado porque nosso relacionamento não foi lá dos melhores (hoje eu vejo o quanto eu perdi – talvez ela também, mas só posso falar por mim).
E a adolescência também passou numa velocidade absurda (e eu sorri de novo aqui porque eu nem sei se dentro de mim ela tenha passado de fato).
Depois disso já morei em 7 cidades diferentes!!! Como bom aquariano, sempre venerei minha liberdade (nem acredito que escrevi isso, nunca acreditei nessas coisas, mas parece que essa característica fechou comigo). Mas tive que concordar com isso quando olhei pro lado e vi a toalha jogada no sofá aqui do lado e eu, do alto da minha liberdade, achei desnecessário usar qualquer tipo de roupa depois do banho.
Eu sei que se alguém ler isso já vai imaginar a bagunça que pode estar esse apartamento, afinal, nunca fui modelo de organização, mas eu me acho no meio de tudo isso... Mãe, calma.. eu passei o dia sozinho e sem internet, acabei fazendo uma faxina geral à tarde (joguei fora tanta coisa – algumas lembranças também se foram). Afinal, não importa quanto os dias sejam perfeitos, eles sempre têm que acabar.
Ah, antes que eu esqueça, essa frase óbvia não é minha, está no primeiro livro da série Crepúsculo de Stephenie Meyer (sim, eu andei lendo algumas coisas por esses dias também).
Fato é que eu inicio mais uma fase, ou, mais uma hora desse dia que é a minha vida, e o pior é que eu ainda não sei se ainda é de tarde ou se já anoiteceu.
Seja qual for, eu sei que até aqui valeu a pena... tantas peraltices, tantas cabeçadas na parede, tantas coisas boas e tantos bons momentos!!
Nesse dia de quase 236.520 horas (cara de assustado aqui semelhante ao “:o”) tem apenas duas coisas que eu me arrependo, mas que não convém falar aqui, isso é assunto pra outro texto (acho que daria até um livro)
Enfim, estou em uma fase de encontros comigo mesmo; e já que não importa quanto os dias sejam perfeitos, eles sempre têm que acabar, pois que venha o amanhã, eu ainda estarei aqui!