quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A força de uma "playlist"

Mais uma vez cai a noite e me pego reproduzindo a velha playlist de músicas "chorosas". Sim, esse de fato é o nome atribuído àquela lista de músicas que conseguem me tornar um pouco mais sentimental. Que mexem com minhas emoções e afloram uma série de sentimentos e, como não poderia deixar de ser, pensamentos diversos.
Seria exagero afirmar que cada um de nós tem uma música, ou coletânea delas, que mexe com sentimentos? Sem ser generalista e sem entrar nas possíveis exceções, falo por mim. A música tem esse "poder" de despertar emoções, sejam lembranças boas, frustrações, decepções, alegrias, tristezas, fatos ou circunstâncias, pessoas ou lugares.

A velha playlist, tantas vezes rodada, misturando gêneros, artistas e ritmos traz algo em comum: o tom melancólico.

Dessa vez, parei para refletir. Não espero ser compreendido. São conclusões minhas e que eu apenas compreendo, sem muita capacidade de explicação. Nem sempre gosto da lógica dos fatos. No entanto, percebo que estou no lugar errado, mas entendo que este é o lugar certo! Tudo está errado, mas não há o que mudar. O meu lugar é o "não-lugar".
Para além das minhas divagações, fico impressionado com a força dessa playlist. As músicas tão batidas, incessantemente repetidas me fazem viajar em pensamentos, lembranças, desejos, melancolias.
Por um instante fico triste ao pensar que o melhor da minha vida está no passado. Imediatamente trato de me corrigir: não posso reclamar, uma vez que não há do que reclamar. Confuso? Talvez, mas não para mim. Logo a tristeza dá lugar ao convencimento, um certo conformismo de que, ainda que o passado não volte, as lembranças e mais do que apenas lembranças, a certeza e a convicção de que todos aqueles momentos foram devidamente bem aproveitados, me confortam.
Ora, se as músicas me permitem viajar em meus devaneios, retornando a lugares, rememorando pessoas e momentos vividos, me fazendo assistir novamente esse filme sem roteiro definido e com direção errática, a única conclusão possível é que tudo valeu a pena. Não sei se faria tudo exatamente da mesma forma, também não estou preocupado com isso. Apenas me permito aproveitar essa "viagem".
A velha playlist abriu, mais uma vez, o empoeirado baú de memórias. E, mais uma vez, eu viajei!!!

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