Uma música "dazantiga" me fez relembrar de pessoas com as quais fiz "juras de mindinho" que seríamos amigos para sempre. O triste é que, atualmente, eu sequer sei por onde essas pessoas estão, tampouco sei se ainda 'estão'.
Alguém, por favor, avisa todas as crianças e adolescentes que o tempo pode ser cruel com quem prometemos que seríamos "amigos para sempre". Com o passar do tempo a maturidade chega e, com ela, chegam também novas responsabilidades, novos hábitos, novas rotinas. Surgem, ainda, novos amigos em função de trabalho, de faculdade, de novos lugares que passamos a frequentar ou até mesmo morar. Infelizmente, não dispomos do tempo que gostaríamos - ou pelo menos não o administramos corretamente - para alimentar aquelas velhas amizades.
Fato é que o tempo traz mudanças, muitas mudanças: físicas, psicológicas, socias e até geográficas. Nas minhas andanças, tive que parar para contar nos dedos as sete cidades, em quatro Estados que já morei (SC, RS, SP, TO). Inevitavelmente, com tantas mudanças, embora ainda mantenha uma boa relação de amizade com algumas pessoas que fizeram parte da minha infância e da minha adolescência, velhos amigos acabaram se tornando novos desconhecidos para mim.

E o que falar da Dani??... crescemos juntos, brincávamos juntos e, sobretudo, apanhávamos juntos. Nossas famílias eram melhores amigas. Fui padrinho do seu casamento e hoje apenas a vejo nas redes sociais com a família constituída. A vida seguiu seu curso e naturalmente nos distanciamos.
Posso falar da Jansi - um mês mais nova que eu - uma das minhas duas primeiras namoradas (sim, do alto dos meus sete anos de idade, já comecei na bigamia, namorando ao mesmo tempo com a Jansiele e com a Darine). Com a Jansi aprendi a andar de bicicleta e aprendi, também, que se bater uma porta com muita força na mão da Gisele, ela acaba indo pro hospital com um dedo pendurado. Jansiele foi minha antiga parceira de bailão pelos interiores de Santa Catarina. Essa é uma velha amiga que ficou, com quem ainda troco mensagens no whatsapp, que se resumem a vídeos, memes e piadas - pelo menos o bom humor continua.
Não tenho notícias, nem contato, com a minha turma de melhores amigos nos anos de ouro no Colégio Olavo, como a Gabi, a Renata, o Juliano (que era considerado o aluno mais bonito da escola e - numa busca curiosa pelas redes sociais - percebi que o tempo não lhe foi generoso), o Gustavo, a Fran e aquele que não lembro sequer o nome, que sentava à minha direita no fundo da sala.
É evidente que as rede sociais permitiram manter contato ou até mesmo me reaproximar de muitas pessoas que convivi, especialmente no tempo de escola. Mas a amizade também já não é a mesma. Os velhos amigos definitivamente se tornaram novos desconhecidos ou, na melhor das hipóteses, foram rebaixados à categoria "conhecidos".
Tantas lembranças... Confesso que deu saudade!!! Mas, como seria estanho reunir hoje todas essas pessoas... como seria constrangedor, quem sabe até bizarro.
Se é natural que pessoas entrem e saiam das nossas vidas, que amizades vão e venham, não é natural ficar remoendo, com triste saudosismo. É saudável, sim, relembrar, guardar bons momentos, por vezes até sorrir das lembranças. Mas a vida segue seu fluxo e deve continuar.

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